Somos seres comunicacionais, procuramos instintivamente a relação com os que nos rodeiam, já nos dizia John Donne: “nenhum homem é uma ilha”.

Comunicamos a vários níveis, através de palavras, olhares, gestos, posturas corporais. Estamos, constantemente, consciente ou inconscientemente, a comunicar, a transmitir mensagens aos que se encontram à nossa volta.

No entanto, a ciência vem dizer-nos que também comunicamos através do olfacto. Será? Pelo que parece, os seres humanos comunicam através do cheiro e do odor, à luz do que acontece com outros animais. Estudos recentes sugerem que nós conseguimos detectar emoções, como o medo e a repulsa, através do nosso olfacto.

A comunicação pelo olfacto é para muitos animais um meio privilegiado de comunicação e interacção com o meio ambiente. No entanto, pelo facto dos seres humanos não possuírem os mesmo órgãos sensoriais hipersensíveis aos odores, os cientistas pensavam que há muito tempo que teríamos perdido a mesma capacidade.

Para esclarecer esta questão foram recolhidas amostras de suor de dez homens, enquanto assistiam a cenas televisivas associadas a terror ou que provocassem repulsa.

Seguidamente, os investigadores solicitaram a 36 mulheres que efectuassem um teste visual enquanto que, sem saberem, inalavam o odor do suor dos homens. Quando cheiravam o “suor de medo”, instintivamente, abriam os olhos e expressavam uma cara assustada.

Comparativamente, as mulheres que cheiravam o “suor de repulsa” transmitiram a mesma emoção facialmente. A escolha dos homens para recolher o suor e as mulheres para cheirá-lo não foi feita ao acaso, uma vez a investigação sugere que as mulheres são mais sensíveis à detecção dos odores masculinos do que o contrário.

Assim sendo, segundo o presente estudo, sem termos consciência comunicamos algumas emoções através do olfacto, emoções estas que se podem tornar generalizadas em multidões, pelo que parece, podem tornar-se “contagiosas”, passando de pessoa para pessoa.

É questão para pensarmos: será o nosso nariz importante para o julgamento das nossas emoções? Do que sentimos? De facto, usamos algumas expressões como “esta situação não me cheira bem” e “fulano tal não é flor que se cheire”. Segundo o presente estudo, o nosso nariz pode realmente ter razão, o que nos confirma que, por vezes, a sabedoria popular é ciência.

Fonte: Live Science

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