Segundo a consultora internacional, os portugueses compraram, em média, 20 500 embalagens de antidepressivos por dia, ao longo do ano de 2012, o que significa um aumento de 7,6% nas vendas.
Torna-se quase imediata a associação entre o ano de 2012 e o agravamento da situação económica em Portugal; no entanto, os números têm vindo a aumentar de ano para ano. Em Outubro de 2010, o Público lançava a notícia: “Os Portugueses são os maiores consumidores de antidepressivos da União Europeia” , ou seja, estes dados vêm confirmar uma realidade que não é de agora, que cresce de ano para ano e que é do conhecimento público.
Em Setembro de 2012, debruçamo-nos sobre esta mesma questão através de uma publicação no nosso blog:
“Deparamo-nos com uma espiral descendente, uma economia deprimida num país de pessoas deprimidas, o que forçosamente tem efeitos no nosso nível de produtividade. Haverá luz ao final do túnel? Como poderemos inverter esta tendência?
Parece ser importante ir à raiz do problema, os dados acerca da saúde mental em Portugal são preocupantes e os psicotrópicos apenas actuam como remendos, uma solução “faz de conta”. Começa a estar na altura de pararmos para pensar em estratégias mais eficazes e mais focadas no indivíduo, que promovam a melhoria da qualidade de vida e do bem-estar psicológico, reflectindo assim uma capacidade mais activa, construtiva e produtiva para lidar com os obstáculos a nível pessoal e, consequentemente, a nível profissional.
Uma das formas de ir ao encontro deste objectivo poderá ser através de um apoio psicoterapêutico. Infelizmente, no nosso pais, em comparação com outros países da Europa, a oferta deste serviço ao nível do Sistema Nacional de Saúde é escassa. Torna-se então pertinente pensarmos acerca da importância de um aumento do apoio psicológico, assim como uma sensibilização acerca dos benefícios do mesmo, pois apesar de acarretar custos e respostas a longo prazo, permitem ao indivíduo alcançar mudanças a nível psicológico consolidadas e mais duradouras.”
Porém, o tempo passa, pouco muda e a situação inicial agrava-se. Até quando vamos continuar a “fingir” que está tudo bem?