Através de excertos do filme «Closer» (ver trailer do filme aqui), nos quais surgem cenas que envolvem momentos de traição conjugal, a investigadora pretendeu induzir ciúmes nos participantes, a fim de compreender se existiam diferenças significativas entre homens e mulheres no modo como sentiam e viviam as cenas de traição.
Ana Maria Fernandez concluiu que, embora o ciúme sexual e o ciúme emocional existam em ambos os géneros sexuais, o homem apresenta maior tendência para manifestar um ciúme sexual e a mulher um ciúme emocional; ou seja, o homem pode sentir-se mais “enciumado” por sentimentos de agressividade e por desejo de manter a relação por uma questão de competição, enquanto a mulher pode sentir ciúme pois aproxima-se mais de sentimentos de dor e de tristeza da possível perda da relação com o outro.
O ponto em comum, defende a psicóloga e investigadora, baseia-se no factor possessividade: quer mulheres como homens manifestam sentimentos de possessividade em relação ao outro. De modo a compreender melhor esta dinâmica, a psicóloga reflecte sobre teorias da área da Psicologia Evolutiva e conclui que estas diferenças entre géneros podem justificar-se pelo facto de que as fêmeas sempre possuíram a certeza de que os filhos seriam delas; porém, os machos sempre tiveram dúvidas sobre o mesmo aspecto (se o filho seria seu ou não) e tal poderá ser a origem da diferença do ciúme.
Acima de tudo, as mulheres temiam a perda do vínculo emocional com o parceiro e, assim, a sua ajuda na educação do filho; por outro lado, o homem temia estar a criar um filho que não era seu e que não tinha como provar.
Apesar de existirem diferenças, a verdade é que o ciúme é real e faz parte do glossário de muitas relações. Consideramos importante que cada um de nós reflicta sobre o modo como sente e vive o ciúme, como o manifesta na relação com o outro e como poderá melhorar esta gestão interna, se assim for o caso.
Fonte: Ciência Hoje