A nossa prática enquanto psicólogos clínicos e psicoterapeutas exige uma constante e permanente actualização de conhecimentos teóricos e práticos.
Quando começamos, sabemos praticamente nada. Estudamos bastante mas tudo é teoria. Ter alguém que nos ajude a transitar essa teoria para a prática é uma mais valia. Alguém que nos acompanhe, que nos ajude a pensar, que promova reflexão e que potencie mais aprendizagens. Que nos acolha nos erros e nos valide nas conquistas.
Assim, a supervisão surge como um processo essencial na formação e prática clínicas, tendo como objectivo primordial desenvolver competências de análise e reflexão clínicas, partindo da apresentação e discussão de casos, integrando conceitos teóricos e práticos, que visam sobretudo a promoção de uma boa relação terapêutica.
No espaço de supervisão pretende-se criar e potenciar um momento de pensamento partilhado, interactivo e facilitador, que seja promotor de uma análise compreensiva integrada e de um olhar técnico e de apoio ao desenvolvimento de competências psicoterapêuticas.
Acima de tudo, o momento da supervisão deve ser regido pela aceitação da diversidade pessoal de cada clínico, potenciando a descoberta e o desenvolvimento da sua identidade terapêutica, apoiando e incentivando a consolidação dos seus conhecimentos e aprendizagens.
A supervisão por um colega mais sénior é, desta forma, fundamental para a construção de uma identidade profissional coesa, segura e assente em princípios e valores como rigor, ética e respeito pela vida de quem nos procura.
Na supervisão é formada uma dupla (ou um grupo) e, embora exista um elemento mais sénior que o outro, é esperado que haja espaço de crescimento e aprendizagem para ambos. O supervisando aprende com o supervisor – mas o supervisor também aprende com o supervisando.
E a Intervisão é igual?
A intervisão diferencia-se da supervisão por não existir um elemento sénior destacado que ocupe o lugar do supervisor. Pode existir ou não um elemento agregador, que assegura a estrutura e o funcionamento do grupo, mas não é requisito obrigatório.
Os grupos de Intervisão proporcionam um espaço de partilha e troca de conhecimentos, baseando-se em valores de cooperação, crescimento e aprendizagem conjunta.
Ser psicólogo é desafiante, exigente e, por vezes, se não exercermos em instituição, a nossa prática clínica pode ser muito solitária. Por isso, pertencer a um grupo no qual existe a oportunidade de partilhar perspectivas, opiniões e experiências torna-se uma oportunidade única de crescimento e desenvolvimento profissional.
Um grupo de Intervisão é uma rede, um espaço de partilha.