“É dentro da porção da tua vida,
É a tia que cabe não trocar
nenhum futuro, pelo presente” – Diz-nos Sérgio Godinho
É neste tempo limitado pelo relógio, que nos propomos a pensar sobre o tempo, que nos organiza externa e internamente, mas onde também nos podemos perder com questões infindáveis que nos surgem em lenga-lenga: o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
Como se vive então o tempo subjectivo e intersubjectivo?
Na prática clínica, nesse tempo partilhado, propomo-nos a analisar o tempo interno para que não seja eterno.
Bloqueios algures num tempo que não foi vivido e agora são revividos numa outra relação, para que o paciente possa andar no tempo.
Pensar no tempo presente, visitar o tempo passado, imaginar tempos transgeracionais, para construir um futuro com outras possibilidades. O tempo ali na díade, tão subjectivo naquele presente, mas sempre diferente ao longo do tempo daquela relação.
Mas depois temos os tempos externos da contemporaneidade, que correm e nos empurram para uma rapidez de pensamento e respostas, do agir e reagir.
Numa espécie de inconsciente colectivo, emerge a urgência de parar para pensar e repensar estes tempos que nos habitam.
Ter tempo para sonhar, imaginar, criar é possível nesta partilha de tempos, neste encontro ou desencontro, numa intersubjectividade dinâmica, viva – de que vive a vida, a relação e a Psicoterapia.