O que fica depois do adeus?
Damos o primeiro passo. Agendamos a primeira sessão, conhecemos o nosso psicoterapeuta. Aos poucos, vamos estabelecendo uma relação íntima, profunda, na qual nos vamos conhecendo e permitindo que um olhar amoroso, imparcial e sem julgamento, nos vá devolvendo quem somos, quem fomos e quem queremos ser.
Tudo tem um início e um fim. A psicoterapia não é diferente. Entre uma coisa e outra, há o meio que é pleno de encontro, de acolhimento, de conhecimento, de consciência e descoberta. Acreditamos que é ao longo desse caminho que se constrói a alta clínica.
Entendemos a psicoterapia como um processo que acontece 24 horas por dia, 7 dias por semana. Este processo inicia-se ainda antes de paciente e psicoterapeuta se sentarem frente a frente. Inicia-se quando o paciente desperta para o desejo/necessidade/vontade de iniciar este caminho.
Assim, a psicoterapia começa ainda antes de começar, no mundo inteiro do paciente, e permanecerá em processo para o resto da vida.
Neste processo, existem encontros com o psicoterapeuta. Nestes encontros, chamados de sessões de psicoterapia:
- torna-se consciente o inconsciente;
- aprofundam-se os padrões relacionais estabelecidos na infância;
- entendem-se comportamentos e emoções à luz das experiências passadas;
- nasce a nova relação.
Mas a psicoterapia não se esgota no tempo do encontro psicoterapêutico.
Neste sentido, a alta surge quando a dupla terapêutica sente que, embora aqueles encontros até sejam ricos e potenciais, o trabalho a dois já está feito.
A psicoterapia também pode ser procurada no sentido de diminuir sintomatologia psicológica manifesta. Assim, quando o quadro sintomático melhora substancialmente, a qualidade de vida do paciente acompanha esta melhoria e os sintomas são integrados (outros eliminados) de forma mais saudável.
Nesta altura, e esgotando-se outros propósitos terapêuticos, pode-se equacionar trabalhar a alta e, consequentemente, o término do processo.