No mundo de hoje, parece que a palavra “stress” começa a fazer parte do vocabulário diário de todos nós: «hoje estou muito stressado!»; «Esta semana de trabalho está a ser demasiado stressante!», «Este trânsito está a deixar-me em stress!».

Com um ritmo de vida cada vez mais acelerado, com pouco espaço e tempo para parar e reflectir, talvez seja importante percebermos como podemos gerir melhor os nossos níveis de stress, de modo a não sentirmos que somos levados, num piscar de olhos, ao nosso limite.

Se não conseguimos gerir, de forma adequada, o nosso stress, o mesmo pode ser causador de diversos problemas, desde cansaço extremo, doenças cardíacas e obesidade. Aprender a gerir o stress é possível, tornando assim o nosso dia-a-dia mais fácil de vivenciar.

Como gerir, então, os meus níveis de stress?

 

1. Compreenda como é que vive o stress

Todos nós experimentamos stress de forma diferente, porque cada um nós é um ser único e singular. Desta forma, é importante que, individualmente, aprendamos a conhecer o nosso stress. Quais os sinais quando estou stressado? Que pensamentos tenho? Os meus comportamentos e atitudes ficam diferentes, quando estou em stress? Se sim, o que muda?

 

2. Identifique as suas fontes de stress

Tal como a nossa individualidade e identidade influencia o modo como vivemos o stress, também as situações e os eventos desencadeiam reacções diferentes em cada um de nós. É importante questionarmos: o quê? Será a família? Serão os filhos? Os pais? Serão questões relacionadas com a saúde? Será o trabalho? Ou serão algumas decisões financeiras? Será o relacionamento amoroso? Serão os amigos?

Ao responder à questão “o quê?” poderá, de forma mais facilitada, reflectir sobre os “porquê”, os “como”, os “quando” e, assim, aprender a lidar com a sua fonte de stress de forma mais eficaz.

 

3. Descubra os seus sinais de stress

A forma como experienciamos o stress é, tal como já indicamos, diferente de pessoa para pessoa. Por isso, é fundamental que cada um de nós reconheça os seus próprios sinais: dificuldade de atenção e concentração? Incapacidade de tomar decisões? Sentimentos negativos, como raiva? Maior irritabilidade e impulsividade? Sintomas físicos, como dor de cabeça, tensão muscular ou fadiga?

 

4. Reconheça a forma como lida com o stress

Entender o modo como lidamos com o stress é, também, fundamental para geri-lo de forma mais adequada e saudável. Será que tende a desenvolver comportamentos mais nocivos para sua saúde, como fumar, beber álcool de forma abusiva, comer muito ou, pelo contrário, comer pouco? Será que tende a isolar-se e a passar mais tempo sozinho, evitando situações de convívio social? Será que tende a abusar de comportamentos que se querem saudáveis (quando adequados), como exercício físico, alimentação equilibrada, sono regular?

 

5. Encontre formas saudáveis de gerir o stress

São várias as actividades que podem ajudá-lo a gerir os seus níveis de stress, embora seja importante reconhecer se existe identificação com as mesmas ou não. Fazê-las “só porque sim”, pode não ser suficiente. É essencial que seja uma actividade com a qual se identifique e da qual retire algum prazer.

Porém, é necessário reconhecer que, comportamentos negativos enraizados há muito tempo, podem ser mais difíceis de mudar. Por isso, não queira mudar do dia para a noite e não espere que isso aconteça. Foque-se apenas num comportamento que gostaria de mudar, para já, e trabalhe para que tal aconteça. Depois, foque-se noutro e depois, noutro. E assim sucessivamente.

 

6. Cuide de si

Alimente-se de forma adequada, durma o suficiente, beba muita água e envolva-se em exercício físico de forma regular. Tire férias regularmente ou faça outro tipo de interrupções. Ao longo do seu dia de trabalho, permita-se fazer pausas para, se possível, desanuviar e conviver um pouco com os seus colegas.

No final do dia, assim que for para casa, deixe o trabalho no lugar dele. Caso o dia se torne cada vez mais agitado e sobrelotado, não se esqueça que nada pode (e que nada deve) retirar-lhe a possibilidade de um tempo para si: ou para estar com a família e amigos, ou para ler um livro, ou para ouvir música, ou para uma caminhada no jardim.

 

7. Aceite uma mão para ajudar

Aceitar a ajuda de amigos e familiares pode, de facto, ajuda-lo a gerir melhor o seu stress. Todos nós, em algum momento da nossa vida, precisamos que alguém nos estenda a mão e nos ajude. Também nós já ajudamos alguém, em alguma altura.

Por isso, aceite essa mão que vem para ajuda-lo. Porém, se continuar a sentir que é difícil conseguir gerir o seu stress e diminuir as consequências que advêm do mesmo, procure um acompanhamento psicoterapêutico e permita-se ser ajudado por um especialista.

Andreia Cavaca

Andreia Cavaca

Directora Clínica Área Psicoterapia, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
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Será que tende a desenvolver comportamentos mais nocivos para sua saúde, como fumar, beber álcool de forma abusiva, comer muito ou, pelo contrário, comer pouco?