Recentemente, o Facebook passou a fazer-nos perguntas: “como te sentes?”, “como estás?” e até “como está tudo?”, adquirindo uma dimensão mais pessoal e mais próxima dos seus utilizadores como se, de facto, de um amigo se tratasse.
Um grupo de cientistas pertencentes ao Departamento de Psicologia da Universidade de Berlim decidiu perceber o que leva as pessoas a actualizarem constantemente o seu estado no Facebook. A comunicação através desta rede social têm-se tornado cada vez mais popular, o que levantou a curiosidade científica acerca do porquê.
Fenne Große Deters e seus colegas, reuniram um grupo de cem estudantes universitários (todos utilizadores do Facebook) pertencentes à Universidade do Arizona. Inicialmente foram medidos, através de questionários, os níveis de felicidade, depressão e solidão, assim como foi concedida a permissão aos investigadores para acederem aos seus perfis pessoais.
A um grupo foi pedido que usassem a rede social como habitualmente, e ao outro grupo foi solicitado que publicassem mais do que o habitual. No final de cada dia, os participantes respondiam a um breve questionário online acerca do seu estado de humor e do nível de interacção social.
Os investigadores concluíram que os participantes que fizeram mais publicações do que o habitual, sentiram-se menos sozinhos ao longo dos sete dias, independentemente se tivessem feedback (gostos ou comentários) ou não. O foco não parece estar tanto na resposta e interacção por parte dos outros mas, possivelmente, no facto de se sentirem mais conectados por participarem mais activamente através das actualizações de estado.
Este estudo leva-nos a pensar: que papel têm as redes sociais nas nossas vidas? Estaremos de alguma forma a tentar compensar a falta de interacção social presencial pela interacção social virtual? Será que o número de publicações, actualizações de estado, vídeos e fotografias partilhadas apaga ou diminuí o sentimento de solidão?
Porque, no final das contas, estamos em frente a um computador, entre quatro paredes ou não, mas quando a luz se apaga, não podemos negar, continuamos de facto sozinhos.
Fonte: Ciência Online