Apesar do dinheiro não poder comprar felicidade, ou seja, ter dinheiro não é sinónimo de ser feliz, os cientistas dizem-nos que ser feliz pode ajudar-nos a “fazer” mais dinheiro.
De acordo com as conclusões aferidas por um estudo publicado pela PNAS, os adolescentes que expressam emoções positivas e um maior grau de satisfação com a sua vida, em adultos tendem a receber rendimentos mais altos.
O estudo longitudinal abrangeu dez mil americanos, com as idades de16, de 18 e de 22 anos, assim como o seu rendimento anual recebido aquando os 29 anos. Foram tidas como variáveis importantes para o estabelecimento do sucesso profissional o nível de educação académico, o QI, a altura e a auto-estima.
A satisfação de vida foi medida através de uma escala de cinco pontos, sendo que a diferença de um ponto na escala, no sentido de uma maior satisfação, reflectiu-se numa diferença de mais dois mil dólares no rendimento anual auferido aquando os 22 anos dos presentes participantes. A diferença entre o participante menos feliz e o mais feliz reflecte-se numa variação de oito mil dólares no rendimento anual.
Independentemente da altura, da complexidade ou simplicidade, de ser inseguro ou mais confiante, as pessoas felizes ganham mais do que as pessoas mais nostálgicas. Os adolescentes menos felizes receberam menos 30% do que a média, enquanto que os mais felizes receberam 10% acima da média. Podemos, então, afirmar que ser feliz compensa financeiramente.
A investigação foi mais longe, tendo sido comparados pares de irmãos, de forma a garantir o mesmo background cultural e económico. Os irmãos mais felizes demonstraram um maior sucesso profissional do que os irmãos menos felizes.
Os estudos apontam, então, para a importância de uma educação que promova um tipo de pensamento mais positivo junto das crianças e dos adolescentes. Embora o estudo não tenha aprofundado as razões concretas da felicidade medida, revela que adolescentes felizes apresentam uma maior probabilidade de concluírem a faculdade, serem contratados, promovidos, tornando-se adultos mais optimistas, extrovertidos e menos neuróticos.
Ao mesmo tempo, podemos levantar as questões: bastará ser feliz para ganhar dinheiro? O sucesso está reservado somente para os mais felizes? Acreditamos que não existem receitas mágicas nem manuais de procedimentos que garantam o sucesso, no entanto parece ser consensual que o auto-conhemciento ao serviço da procura de uma melhoria do bem-estar e de uma melhor relação com o próprio e com os outros, poderá trazer benefícios duradouros a longo prazo.
Um pouco na linha do nosso artigo publicado no dia 26/11/12, acerca de como educar crianças felizes, de facto só temos a ganhar em sentirmo-nos bem connosco próprios ao longo da nossa vida, o que parece fazer-nos lidar de uma forma mais produtiva e resiliente com as diferentes fases de crescimento, assim como com os diferentes obstáculos e desafios que estas nos colocam.
Fonte: Los Angeles Times