O medo é uma emoção natural que funciona como um aliado, pois sempre que nos encontramos perante um perigo, o medo surge e funciona como alerta, acabando por nos proteger.

Se assim não fosse, todos os dias estaríamos expostos a um rol infinito de perigos, sem nos apercebermos. Apesar desta emoção ser natural e essencial para o nosso bem-estar, torna-se preocupante quando é sentida em excesso, sem razão aparente, levando ao sofrimento. Então, aqui falamos de medo patológico ou fobias.

A fobia surge como uma espécie de medo acentuado, caracterizado como excessivo e que pode ocorrer na presença ou na previsão do encontro com um objecto ou uma situação potenciadora de ansiedade. O que também pode definir a fobia é o seu carácter ilógico, ou seja, a inexistência de uma razão concreta ou objectiva. Naturalmente, o medo é provocado por uma situação perigosa ou pela aproximação de um objecto ameaçador. No caso do medo patológico e da fobia, quer a situação como o objecto podem não ser nem perigosos nem ameaçadores; bem como podem nem sequer estar próximos, que a sensação de medo é accionada. Muitas vezes, aqueles que sofrem de medo patológico ou fobias têm noção de que estas sensações são infundadas mas pouco conseguem fazer para as controlar. Esta noção lógica do ilógico conduz, muitas vezes, a quadros de grande sofrimento e vergonha.

Como identificar, mais concretamente, a presença de um medo patológico ou de uma fobia? São inúmeros os sintomas que surgem, quer na mente como no corpo. De forma resumida, são todas as sensações despoletadas por uma situação de perigo ou ameaça, mas levadas ao extremo. Assim, é frequente que a pessoa manifeste:

– constante preocupação;

– cansaço extremo;

– incapacidade de manter a concentração;

– sensação de irritação e nervosismo;

– dificuldade de sono.

Concomitantemente, a pessoa sente reacções físicas, também elas naturais da exposição a uma situação de perigo. No caso da fobia, são sensações muito frequentes e que se manifestam no corpo através de:

– arritmias cardíacas;

– suor constante;

– dores musculares;

– tensão muscular;

– respiração ofegante;

– tonturas;

– sensação de desmaio;

– indigestão e diarreias.

Quando se deve procurar ajuda? Muitas vezes, é difícil admitir que se tem um problema; vamos adiando e adiando na expectativa de que um dia tudo se resolva. Porém, quando nos apercebemos que o nosso problema começa a tornar a nossa vida mais limitada, quando as nossas dificuldades começam a interferir com todas as áreas da nossa vida, quando nos sentimos a carregar um peso enorme nas costas, um sofrimento e uma angústia inexplicáveis; então, está mais que na altura. Não hesite em procurar ajuda especializada!

Andreia Cavaca

Andreia Cavaca

Directora Clínica | Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta
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"Muitas vezes, aqueles que sofrem de medo patológico ou fobias têm noção de que estas sensações são infundadas mas pouco conseguem fazer para as controlar."